quando estou triste
ando na rua achando que todos sabem
uma senhora me encarou por mais de dois minutos
e eu tive certeza: ela está vendo minha dor
na farmácia perguntaram se eu não queria levar um lenço umidecido que estava na promoção
assim, do nada
vou caminhando pelas ruas carregando minha tristeza como um cabelo
que está preso, pesando minha cabeça
não o amarro ou faço coques
levo ele do jeito que está quando acordo
e até sou capaz de sorrir
uma, duas, três vezes...
eu não esqueço da alegria
e posso vê-la
está ao alcance dos meus olhos
mas não dos meus pés
se vejo um banco na praça
tenho vontade de sentar e questionar minha vida toda
se me pedem desculpas
respondo: “desculpa eu”
se quase piso no rabo de um gato
sou capaz de chorar
infinitas banalidades me fazem chorar quando estou triste
e para fazer compras no mercado, eu talvez use um óculos escuro
só uso óculos escuro quando estou triste
no sol não. no sol geralmente estou feliz
copacabana. ruas lotadas de gente.
passo chorando entre elas
com um fone de ouvido escutando algo
que não combina em nada com aquele cenário
mas esse movimento todo me interessa
andar chorando entre os pedestres que correm
que não me enxergam
é como um pequeno rio brotando
no chão do asfalto quente
é uma bandeira que diz
(com som de sinere ao fundo)
“eu me permito sentir”
alguém está vindo em minha direção
é um dos rapazes de roupas azuis
do exército da salvação
quase acho que vieram para me salvar
“que pena”
respondo à ele
queria ajudar.
mas hoje não,
hoje estou triste.
ando na rua achando que todos sabem
uma senhora me encarou por mais de dois minutos
e eu tive certeza: ela está vendo minha dor
na farmácia perguntaram se eu não queria levar um lenço umidecido que estava na promoção
assim, do nada
vou caminhando pelas ruas carregando minha tristeza como um cabelo
que está preso, pesando minha cabeça
não o amarro ou faço coques
levo ele do jeito que está quando acordo
e até sou capaz de sorrir
uma, duas, três vezes...
eu não esqueço da alegria
e posso vê-la
está ao alcance dos meus olhos
mas não dos meus pés
se vejo um banco na praça
tenho vontade de sentar e questionar minha vida toda
se me pedem desculpas
respondo: “desculpa eu”
se quase piso no rabo de um gato
sou capaz de chorar
infinitas banalidades me fazem chorar quando estou triste
e para fazer compras no mercado, eu talvez use um óculos escuro
só uso óculos escuro quando estou triste
no sol não. no sol geralmente estou feliz
copacabana. ruas lotadas de gente.
passo chorando entre elas
com um fone de ouvido escutando algo
que não combina em nada com aquele cenário
mas esse movimento todo me interessa
andar chorando entre os pedestres que correm
que não me enxergam
é como um pequeno rio brotando
no chão do asfalto quente
é uma bandeira que diz
(com som de sinere ao fundo)
“eu me permito sentir”
alguém está vindo em minha direção
é um dos rapazes de roupas azuis
do exército da salvação
quase acho que vieram para me salvar
“que pena”
respondo à ele
queria ajudar.
mas hoje não,
hoje estou triste.