Revista do jornal Le Figaro destaca revolução trans no Brasil


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Feb 01 2025 2 mins   4

A edição semanal Le Figaro Magazine dedica nove páginas para uma reportagem sobre como a comunidade trans vem se impondo no cenário nacional, da política às artes. “Uma nova sociedade brasileira surge em torno de Erika Hilton, a nova militante da vasta comunidade LGBT+”, explica a reportagem, que conversou com as novas caras que “tentam a todo preço evitar uma guerra cultural face à direita bolsonarista”.

Erika Hilton, primeira deputada trans de São Paulo, ganha página dupla diante do Congresso Nacional, em Brasília. “Não há na França, nem na Europa, uma expressão política do fenômeno trans a tal nível”, explica o jornalista da revista do jornal Le Figaro, da direita tradicional na França.

Para entender o fenômeno, que transcende a política, a publicação passou por Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro e conversou com jornalistas como Marcelo Tas, com o ator trans Tarso Brant, com o/a cantor(a) Filipe Cato, com a cartunista Laerte, com famílias, analisou o papel de influencers, e visitou até uma pastora trans. Todos relatam os percalços da luta pelo reconhecimento.

A advogada e empresária trans Márcia Rocha explica que a prostituição era uma das poucas escapatórias de jovens afeminados rejeitados pelas famílias. “Só recentemente com acesso às universidades e o desenvolvimento da teoria dos gêneros é que o transsexual migrou para outros meios”, analisa.

Ameaças

A reportagem relata ameaças e agressões sofridas pelos transgêneros no Brasil. Duda Salabert, outra deputada trans, só anda com guarda-costas, assim como Erika Hilton. “Já recebi 30 ameaças de morte, muitas vezes com suásticas, desde que me tornei deputada e, se não for reeleita em 2026, acho que vou sair do Brasil”, diz Salabert.

Para concluir a reportagem, a última entrevistada é Roberta Close, que ousou, nos anos 1980, assumir seu lado feminino apesar de ter nascido oficialmente um homem. “Não me transformei em uma mulher, eu floresci”.