Matheus Donato inova com cavaquinho de seis cordas em formato trio jazz


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Jan 22 2025 12 mins  

Músico brasileiro radicado em Paris lança álbum Matheus Donato Trio, que explora novas possibilidades do instrumento tradicional, mesclando elementos do choro com jazz.

Em janeiro de 2025, o músico Matheus Donato apresenta seu novo projeto, que traz uma abordagem inovadora para o cavaquinho de seis cordas em formato trio jazz. Acompanhado pelo baixista Darcy Gomes e o baterista Marcelo Maurício Melo, o álbum apresenta oito composições inéditas, incluindo uma parceria com músicos de Brasília, além de uma releitura do clássico "Mas que nada" de Jorge Ben Jor.

O formato escolhido para o projeto foi inspirado nos trios de jazz, substituindo a guitarra pelo cavaquinho. "Eu encontrei uma alegria gigante ao fazer um repertório que eu curtisse, preenchendo espaços melódicos e harmônicos com recursos do cavaquinho. E esses parceiros incríveis que são o Darcy e o Maurício levaram o trabalho para um lugar totalmente diferente do que eu tinha imaginado”, afirma. “O trio é uma formação que me fascina e o cavaquinho é um instrumento que me fascina. Juntando esses dois fascínios nasceu o disco”, acrescenta.

O álbum “Matheus Donato Trio” também traz homenagens a dois grandes nomes da música: Django Reinhardt, violinista francês nascido na Bélgica da etnia "rom", e o brasileiro Dominguinhos. “O choro do Dominguinhos é um dos mais bonitos que já vi, com uma harmonia muito interessante e uma melodia super difícil de tocar. Misturando vários choros dele com ideias melódicas, fiz uma música em sua homenagem”, afirma.

A referência a Django Reinhardt está relacionada à experiência de sua chegada na França e a descoberta do violão manouche, muito usada pelo músico cigano, e que influenciou o jazz francês.

As faixas em homenagem aos dois músicos que o inspiraram, contam com participações especiais do saxofonista francês Baptiste Herbin e do violinista venezuelano Alex Cárdenas, trazendo elementos adicionais ao projeto.

Sobre seu papel como parte de uma nova geração de músicos brasileiros, Donato, brasiliense de 25 anos, reflete: "A música brasileira, a música em geral, está precisando de gente apaixonada, está precisando de gente sensível. E está precisando de gente que faz o trabalho musical pensando no trabalho musical, sem abrir mão das suas convicções artísticas. E continuar com a cabeça e os ouvidos sensíveis para todos os estímulos possíveis”, afirma.