O bom e o mau da vigilância por IA


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Nov 24 2024 9 mins  
Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
Quem garante que nós somos quem dizemos ser?

Essa provocação faz sentido em um tempo em que a inteligência artificial ajuda a identificar pessoas (incluindo criminosos), mas ainda erra muito nessa tarefa, com resultados indesejáveis, como mandar inocentes para a cadeia. Decisões recentes da Meta esquentam esse debate sobre como equilibrar os benefícios e os riscos dessa tecnologia.

A empresa, que é dona do Facebook, do Instagram e do WhatsApp, anunciou recentemente duas medidas bem-vindas nesse campo. A primeira mapeará rostos de celebridades para evitar que suas imagens sejam usadas em vídeos falsos, em que normalmente aparecem vendendo produtos. Em outra iniciativa, a IA será usada para tentar identificar a idade de usuários, em um movimento para prevenir que crianças e adolescentes sejam expostos a conteúdos inadequados.

Os anúncios, especialmente o primeiro, desfazem uma reviravolta na postura da companhia nessa área: em 2021, o reconhecimento facial dos seus produtos, que já funcionava havia uma década, foi desativado diante da pressão da sociedade, problemas regulatórios e investigações em diferentes países. Agora, ele está de volta, como resposta à demanda pelo combate à usurpação de imagens alheias.

Essas ações da Meta são emblemáticas pela enorme importância de seus produtos na vida de bilhões de pessoas, mas estão longe de serem únicas nessa polêmica. O uso da IA na identificação é cada vez mais comum, e raramente o cidadão sabe desse monitoramento. A sociedade precisa estar consciente desse “Big Brother permanente” a que estamos submetidos.

Como decidir se seus ganhos superam os problemas? É sobre isso que falo nesse episódio.

E você, como enxerga essa balança?