500 anos de Lúiz de Camões


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Sep 07 2024 24 mins   1

Luís Vaz de Camões foi um poeta de Portugal, considerado uma das maiores figuras da literatura lusófona e um dos grandes poetas da tradição ocidental. Pouco se sabe com certeza sobre a sua vida. Aparentemente nasceu em Lisboa, de uma família da

pequena nobreza. Mas muito se sabe sobre sua importância a partir de sua poesia lírica e de sua epopeia “Os Lusíadas”. Venha conferir nossa análise!


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Roteiro e apresentação: @didosseia.helissa

Gravação e edição: @tapumelab


Poemas de Camões


Amor é fogo que arde sem se ver,


é ferida que dói, e não se sente;

é um contentamento descontente,

é dor que desatina sem doer.


É um não querer mais que bem querer;

é um andar solitário entre a gente;

é nunca contentar-se de contente;

é um cuidar que ganha em se perder.


É querer estar preso por vontade;

é servir a quem vence, o vencedor;

é ter com quem nos mata, lealdade.


Mas como causar pode seu favor

nos corações humanos amizade,

se tão contrário a si é o mesmo Amor?

***

Alma minha gentil, que te partiste

tão cedo deste corpo descontente,

repousa tu nos Céus eternamente,

e viva eu cá na terra sempre triste.


Se lá no assento etéreo, onde subiste,

memória deste mundo se consente,

não te esqueças daquele amor ardente

que já nos olhos meus tão puro viste.


E se vires que pode merecer-te

Algũa cousa a dor que me ficou

da mágoa, sem remédio, de perder-te,


pede a Deus, que teus anos encurtou,

que tão cedo de cá me leve a ver-te,

quão cedo dos meus olhos te levou.

***

Os bons vi sempre passar

No mundo graves tormentos;

E para mais me espantar,

Os maus vi sempre nadar

Em mar de contentamentos.


Cuidando alcançar assim

O bem tão mal ordenado,

Fui mau, mas fui castigado.

Assim que, só para mim,

Anda o mundo concertado.

***

Transforma-se o amador na cousa amada,

Por virtude do muito imaginar;

Não tenho logo mais que desejar,

Pois em mim tenho a parte desejada.


Se nela está minha alma transformada,

Que mais deseja o corpo de alcançar?

Em si somente pode descansar,

Pois consigo tal alma está liada.


Mas esta linda e pura semideia,

Que, como o acidente em seu sujeito,

Assim co'a alma minha se conforma,


Está no pensamento como ideia;


[E] o vivo e puro amor de que sou feito,

Como matéria simples busca a forma.


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