#40 - Eu te amo, marimbondo


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Feb 23 2024 7 mins   2

Acompanhando gerações a partir dos anos 1980, a presente história vem de diversas memórias sertanejas. Na narrativa, um homem e um marimbondo vivenciam juntos uma relação curiosamente afetuosa.


| Sertão Sem Nó: EP40 - EU TE AMO, MARIMBONDO.

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Acessibilidade (Texto do episódio de hoje, exceto o trecho protegido por direitos autorais, conforme explicado na seguinte transcrição):


Olá, pessoal.

Eu sou Jefferson Sousa e este é o Sertão Sem Nó, podcast sobre memórias individuais e coletivas dos sertões nordestinos.


Curta, compartilhe e avalie com cinco estrelas para nos ajudar a chegar em mais gente e, assim, continuarmos com este trabalho que é totalmente independente. Para nos apoiar, acessar texto de acessibilidade ou outras informações, é só olhar a descrição deste episódio.


Ah, claro, e, se puder e quiser, não esqueça de apertar o botão seguir aqui no seu tocador de podcasts.


Não tivemos episódio na sexta passada por imprevistos pessoais da nossa parte. O episódio de hoje está sendo gravado no dia 21 de fevereiro, o dia do meu aniversário, mostrando que, com exceção de imprevistos maiores, seguimos produzindo os episódios religiosamente para as sextas. Inclusive, um ótimo presente de aniversário seria contar com o seu compartilhamento (risos).


Demais avisos, nomes de apoiadores e outros agradecimentos vêm após a nossa história de hoje...


… que é uma das minhas favoritas até hoje, que começa agora e é intitulada de


Eu te amo, marimbondo.

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Relutei muito entre colocar a história de hoje no Sertão Sem Nó tradicional ou no "Histórias de Cabeceiras", já que o primeiro é para conter memórias reais e o segundo originários de contos populares. A dúvida surgiu porque as pessoas que citam a história não lembram da origem, apenas que sempre ouviram, mas também não encontrei em obras de compilações ou pesquisas do folclore brasileiro e muito menos pelo mundo.

Então trouxemos para o tradicional justamente pela história fazer parte do imaginário das recordações de quem nos enviou, além, claro, por sua ambientação e características dos sertões nordestinos.

Por recebermos mais de uma versão, alegando cada uma um local diferente para o ocorrido, construímos o território de caatinga da nossa narrativa de forma geral.

É isto, vamos simbora:


No árido sertão nordestino, onde o sol queimava como brasas e a poeira dançava ao vento, vivia um homem solitário chamado José. Ele era um vaqueiro de coração solitário, cujo único conforto era o silêncio da vastidão da caatinga e o trote dos cavalos sob as estrelas.


Uma tarde quente, enquanto José estava descansando à sombra de um juazeiro, um enxame de maribondos invadiu seu espaço. Com agilidade, ele se esquivou, mas um dos maribondos, um espécime particularmente grande e majestoso, chamou sua atenção. Seus olhos se encontraram e, de repente, algo inexplicável aconteceu.


José sentiu uma estranha conexão com o maribondo. Seus olhares se fixaram, e o que começou como um momento de puro medo se transformou em algo mais profundo. O maribondo não o atacou; ao contrário, parecia observá-lo com curiosidade.


Nos dias que se seguiram, José sentiu-se compelido a visitar o mesmo local sob o juazeiro, na esperança de encontrar seu peculiar amigo alado. E sempre, sem falhar, lá estava o maribondo, pairando no ar como se esperasse por ele.


Uma noite, enquanto observava as estrelas, José percebeu que sua solidão estava desaparecendo na presença tranquila do maribondo. Ele começou a compartilhar seus pensamentos e sonhos com o pequeno ser alado, encontrando conforto em sua silenciosa companhia.


No entanto, a vida no sertão nunca é fácil, e um dia uma grande tempestade se abateu sobre a região. José ficou preso em seu abrigo improvisado, incapaz de enfrentar os elementos. Enquanto a chuva rugia lá fora, ele temia pelo pior.


De repente, o maribondo apareceu diante dele, batendo suas asas com determinação. Com um gesto audaz, o pequeno inseto voou em direção à tempestade, desaparecendo nas trevas. José assistiu, perplexo, enquanto seu estranho amigo se lançava no perigo iminente.


Horas se passaram antes que a tempestade finalmente se acalmasse. Com o céu clareando lentamente, José saiu para inspecionar os estragos. Para sua surpresa, encontrou o maribondo caído, mas vivo, em uma poça d'água próxima.


Com cuidado, José levou o maribondo para seu abrigo e o protegeu do frio. Enquanto o sol se erguia sobre o sertão, o pequeno inseto recuperou suas forças, e seus olhos se encontraram novamente.


Naquele momento, José percebeu que o que ele sentia pelo maribondo era mais do que simples amizade. Era um amor que desafiava todas as convenções, um laço que transcendia as barreiras entre homem e criatura.


E assim, no vasto e implacável sertão nordestino, nasceu uma história de amor improvável entre um homem solitário e um maribondo corajoso. Uma história que, embora estranha e insondável para alguns, era verdadeira e profunda em seu próprio direito. E, apesar das reviravoltas da vida, esse amor permaneceu, como uma luz brilhante em meio à escuridão da caatinga.


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O Sertão Sem Nó é muito importante para a gente e para todas as pessoas que nos acompanham e que nos mandam as suas memórias, por isso, todas as sextas, trazemos um episódio novo, com a gente daqui trabalhando e você daí, se puder, compartilhando, mandando para as suas amizades, colocando nas suas redes. É isto. Obrigado pelo carinho e não se esqueça de nos seguir e avaliar com cinco estrelas.


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Obrigado por ouvir até aqui e até a próxima sexta. Abração!