#23 | Gang of Four e o pós-punk cerebral, visceral e disruptivo


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Nov 24 2023 25 mins  

Olá, pessoal! Neste episódio vamos falar de um disco muito querido do podcaster: Entertainment (1979)!

‌Em 1976, formava-se uma das bandas que, em meio ao cenário punk, iriam definir a sonoridade - ou uma das muitas sonoridades - do universo do pós-punk. O Gang of Four lançou seu primeiro álbum, Entertainment, em 79, já dois ou três anos depois das estreias de Sex Pistols, The Clash, Ramones e do Blank Generation de Richard Hell and the Voivoids. Também mais de 5 ou 6 anos depois de New York Dolls e do Glam, alguns anos depois de Horses da Patti Smith e mais de 10 anos depois das bandas do proto-punk, como The Stooges, Velvet Underground e MC5 sacudirem o mundo do #rock e nublarem o mundo colorido dos anos 60.‌

Mesmo anos depois de tudo isso, junto com Fear of Music (do Talking Heads de David Byrne), Metal Box PiL (de Johnny Rotten, ex-Sex Pistols), ou mesmo Y (do The Pop Group, banda experimental representante inglesa da chamada No Wave), Entertainmen revolucionou o rock e o punk, colocando outros estilos como funk, disco, dub e dance no caldo do punk. Foi um dos discos definidores de uma das muitas sonoridades do pós-punk subsequente.

Influenciou muitas cenas posteriores, de Red Hot Chilli Peppers a U2, Nirvana, Fugazi a INXX, Franz Ferdinand, Rage Against the Machine. No Brasil, Titãs, Paralamas, Legião ou mesmo bandas do cenário mais underground do pós-punk, como Smack. Muitas bandas bem diferentes em seus estilos manifestaram essa influência.

O caldo, o creme do podcast está na análise das letras e da poética fina da banda. Fina e punk, sofisticada e punk. Gang of Four mostrou que isso é possível. Suas letras eram politizadas, mas não recheadas de citações a história e invocações à luta como o The Clash, nem cuspindo impropérios contra a monarquia e o status quo, como o Sex Pistols e sua fúria anarquista. O Gang of Four sempre esteve mais interessado em colocar a política sob um verniz menos direto, mas ao mesmo tempo escancarado em uma poética que refletia uma sociedade do espetáculo doente, em que o fetichismo exacerbado da indústria cultural e do entretenimento criavam uma espécie de disfuncionalidade nas relações afetivas, pessoais e amorosas.


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Produção: Baioque Conteúdo
Roteiro e apresentação: Pedro Schwarcz
Direção: Newman Costa
Edição: Felipe Caldo
Redação: Luiz Fujita e Paulo Borgia
Arte: CRIO.LAH