#102 – Em julho passado, durante o recesso de Prelo, viajei em lua-de-mel.
Foi um livro que escolheu o destino da nossa viagem. O que vivemos, dentre muitas outras coisas, foram as entrelinhas deste livro. A viagem foi uma experiência literária.
O livro remeteu a outro, e a outro. E este fio entre leituras, esta conversa entre os livros, foi conduzida pela batuta da leitura, movida por um pathos específico deste leitor.
Podemos ler livros ditados por interesses acadêmicos/profissionais.
Podemos deixar que a pauta do mercado, das promoções, da internet nos leve de um lado a outro.
Ou podemos fazer da leitura uma pesquisa para a escrita.
Podemos fazer do diálogo com os livros uma espécie de autoanálise.
É o que eu chamo de biobibliosofia. Ou de bibliobiografia. Conceitos-jogos de uma filosofia da proximidade, um diálogo com o mundo mediado pelas páginas, um tensionamento da vida para uma curiosidade íntima.
Neste novo episódio de Prelo, desenvolvo esta descrição, e trago um estudo de caso que liga leituras de estilos tão díspares como Fitzgerald, Annie Ernaux, Édouard Louis e Didier Eribon.
Obras mencionadas:
- Suave é a noite, de F. Scott Fitzgerald
- A Viagem dos Livros com Richard E. Grant (série documental)
- O grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald
- A casa de barcos, de John Fosse
- As primas, de Aurora Venturini
- Foro de Teresina, da revista piauí (podcast)
- Mudar: método, de Édouard Louis
- Lutas e metamorfoses de uma mulher, de Édouard Louis
- Quem matou meu pai, de Édouard Louis
- Os anos, de Annie Ernaux
- Retorno a Reims, de Didier Eribon
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