Você já entrou nas redes sociais “só para dar uma olhadinha” e, quando percebeu, horas se passaram? Isso não acontece por acaso. O feed infinito é projetado para prender sua atenção usando princípios de neurociência e psicologia comportamental. Mas o que exatamente acontece no seu cérebro enquanto você rola a tela sem parar?
As redes sociais utilizam o mesmo mecanismo de recompensa variável que encontramos em cassinos e jogos de azar. Quando você desliza o feed, seu cérebro libera dopamina, um neurotransmissor associado ao prazer e à motivação. Esse ciclo vicioso te mantém preso, sempre em busca da próxima recompensa. A cada meme, notícia ou postagem nova, o seu cérebro recebe uma pequena dose de satisfação – e, sem perceber, você continua rolando. O problema? Esse comportamento não é inofensivo. Ele pode levar à fadiga mental, ansiedade e dificuldade de concentração.
Outro fator crítico é que você não é o cliente das redes sociais – você é o produto. Seu tempo e atenção são vendidos para anunciantes, e os algoritmos são programados para te manter engajado pelo maior tempo possível. O feed infinito foi estrategicamente projetado para impedir que você pare de consumir conteúdo, gerando a ilusão de que sempre há algo novo e melhor logo abaixo.
Mas por que o feed parece mais atrativo do que a vida real? A resposta está na imprevisibilidade e na estimulação constante. Em contraste, a vida real é feita de momentos monótonos e previsíveis, enquanto o feed sempre apresenta novidades, validação e emoções intensas. Esse desequilíbrio pode te fazer sentir que a vida “real” é sem graça, alimentando um ciclo de procrastinação e insatisfação.